“Todos nós somos herdeiros da obra de vida de Jacques Delors: uma União Europeia dinâmica e próspera. Jacques Delors forjou a sua visão de uma Europa unida e centrada no seu empenho na paz durante as horas sombrias da Segunda Guerra Mundial”, reagiu Ursula von der Leyen.
Num comunicado hoje divulgado, a líder do executivo comunitário recorda o seu antigo homólogo como um “defensor incansável da cooperação entre as nações europeias e, posteriormente, do desenvolvimento da identidade europeia”, destacando a sua “inteligência notável e uma humanidade sem paralelo”.
“Uma ideia que concretizou graças, nomeadamente, à criação do Mercado Único, ao programa Erasmus e às primeiras etapas de uma moeda única, dando assim forma a um bloco europeu próspero e influente”, elencou.
Destacando o empenho de Jacques Delors na liberdade, justiça social e solidariedade, Ursula von der Leyen descreveu-o como “um visionário que tornou a Europa mais forte”.
“O seu trabalho teve um impacto profundo na vida de gerações de europeus, incluindo a minha. Estamos-lhe profundamente gratos. Honremos o seu legado, renovando e revigorando continuamente a nossa Europa”, adiantou a responsável alemã.
O antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors morreu hoje em Paris aos 98 anos, informou a sua filha Martine Aubry à agência France Presse.
“Morreu esta manhã [quarta-feira] na sua casa em Paris, enquanto dormia”, afirmou Martine Aubry, presidente socialista da câmara municipal de Lille.
Figura da construção do projeto europeu e considerado o “pai do euro”, Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995 (durante três mandatos).
No seio da UE, ficou conhecido por ter aprovado o Ato Único Europeu, em 1986, que levou à criação do Mercado Único, o primeiro do género ao nível mundial, em 1993.
Foi protagonista na transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, o que permitiu uma transição para a moeda única (o euro) e para uma maior cooperação ao nível da defesa.
Nome incontornável da esquerda francesa, foi ainda ministro francês das Finanças e eurodeputado.
Jacques Delors frustrou as esperanças desta ala partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na altura, era favorito nas sondagens.
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