Em comunicado publicado na rede social X (antigo Twitter), o ministro referiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, está a “testar as defesas da Ucrânia e a determinação do Ocidente, na esperança de poder arrancar a vitória das garras da derrota”.
“Mas [Putin] está errado. Agora é o momento para o mundo livre se unir e redobrarmos esforços para dar à Ucrânia o que precisa para vencer”, lê-se na declaração.
Segundo Shapps, o Reino Unido entregará a Kyiv centenas de mísseis antiaéreos capazes de abater “drones e mísseis russos com uma precisão incrível”.
Estes mísseis do tipo ASRAAM, inicialmente concebidos para serem disparados do ar, foram adaptados para poderem alimentar sistemas de defesa antiaérea terrestres e já tinham sido entregues à Ucrânia, no final de 2022, pelos britânicos.
A Ucrânia tinha apelado hoje à comunidade internacional para que una todos os esforços para pôr termo ao “genocídio russo do povo ucraniano”, na sequência de um ataque intenso que matou pelo menos 18 pessoas.
Moscovo realizou esta sexta-feira o ataque considerado de maior dimensão desde que invadiu a Ucrânia há quase dois anos, provocando 18 mortos e 132 feridos, de acordo com um balanço provisório.
As autoridades ucranianas disseram que a Rússia lançou 122 mísseis e 36 ‘drones’ (aeronaves sem tripulação) contra alvos em toda a Ucrânia, num ataque que durou 18 horas.
O Ministério da Defesa russo reivindicou ter atingido “todos os alvos” previstos no intenso ataque lançado de madrugada.
“Os crimes que a Rússia cometeu hoje na Ucrânia são a sua vingança pela incapacidade de virar a maré da batalha na luta contra as forças de defesa ucranianas”, disse o ministério.
Para Grant Shapps, “a última onda de ataques aéreos mortais de [Vladimir] Putin é uma tentativa desesperada e fútil de se reanimar após as perdas catastróficas de centenas de milhares de recrutas”.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento às forças ucranianas para combater as tropas russas, que invadiram o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.
Depois de receber novas armas, a Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho, mas já reconheceu que os resultados foram modestos para as expectativas que tinham sido criadas.
Kyiv tem-se queixado da demora das decisões sobre envio de armamento, incluindo de meios aéreos, e tem investido na indústria de defesa nacional para suprir necessidades e prevenir eventuais recuos no fornecimento de ajuda.
Desde o início do ano, o Reino Unido enviou tanques de batalha Challenger 2, três baterias de armas de artilharia AS-90 e centenas de veículos blindados, mísseis de cruzeiro Storm Shadow e drones de ataque de longo alcance.
Esta ajuda militar britânica à Ucrânia ultrapassa os 4,6 mil milhões de libras (5,3 mil milhões de euros).
O exército britânico também treinou dezenas de milhares de soldados ucranianos, incluindo futuros pilotos capazes de voar em caças F-16.
Um primeiro grupo de seis pilotos completou uma parte do treino no Reino Unido na semana passada e deslocou-se à Dinamarca para continuar a preparação.
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