“Precisamos urgentemente de transferir mais de 5.300 feridos e doentes com casos graves e complexos com prioridade urgente para tratamento no estrangeiro, para salvar as suas vidas”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, Ashraf Al-Qudra, que advertiu que a coordenação para a transferência dos feridos para o Egito é muito lenta.
O atual mecanismo de retirada diária de pessoas feridas ou doentes, através da passagem de Rafah para a Península do Sinai, no Egipto, “não satisfaz” as necessidades, reafirmou Al-Qudra.
Apenas 1% dos feridos foram autorizados a sair, o que todos os dias “contribui para matar” mais pessoas com necessidades médicas urgentes que não podem ser prestadas em Gaza, devido à escassez de medicamentos e de material sanitário de base, por causa do cerco quase total imposto por Israel, que só permite a entrada de ajuda humanitária aos poucos.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alerta para o facto de cerca de 50.000 mulheres grávidas “sofrerem de subnutrição e complicações de saúde, especialmente as que têm gravidezes de alto risco”, e estarem deslocadas devido aos ataques, tal como 1,9 milhões de habitantes de Gaza, ou seja, 85% da população do território.
As mulheres grávidas sofrem especialmente de “falta de água potável, higiene, alimentação ou cuidados médicos”, denunciou o Ministério da Saúde.
Por sua vez, cerca de 900.000 crianças estão “expostas aos perigos do frio intenso, da desidratação, da desnutrição” e da falta de vacinas para os recém-nascidos, enquanto se propagam as doenças infecciosas, acrescentou.
Israel declarou guerra ao Hamas, na sequência do ataque perpetrado a 07 de outubro pelo grupo classificado como terrorista pelos Estados Unidos e a União Euriopeia, e tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde se vive uma crise humanitária.
Mais de 21.600 pessoas foram mortas e mais de 56.000 ficaram feridas devido aos ataques israelitas na Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita radical Hamas, a 07 de outubro.
A maioria das vítimas são mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde.
Leia Também: Pelo menos 165 mortos e 250 feridos em Gaza nas últimas 24 horas