Em comunicado, os ativistas apontaram que o Governo pretende “satisfazer a chantagem europeia e garantir um fluxo constante de apoio financeiro e logístico”, citando testemunhos que relatam um agudizar da situação dos migrantes, em especial, nas fronteiras da Tunísia com a Líbia e a Argélia.
À ONG também chegaram informações sobre situações registadas em Sfax (leste), a segunda maior cidade da Tunísia e uma escala comum para migrantes que está localizada a 118 quilómetros da ilha italiana Lampedusa. Ali, segundo os ativistas, os migrantes são detidos arbitrariamente, alvos de violência e de destruição dos seus bens pessoais.
Porém, essas ações não têm limitado os migrantes de entrar na Tunísia sem autorização e estenderam-se a refugiados, estudantes e trabalhadores, acrescenta o Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais, que refere também relatos sobre expulsões em massa nas fronteiras com Argélia e Líbia.
Perante tal cenário, a ONG insta o Governo tunisino a travar estas deportações.
As autoridades tunisinas afirmaram que pequenos grupos de migrantes foram encaminhados para essas fronteiras, mas contestaram relatos de abusos sistemáticos e de expulsões.
Em 2023, mais de 97 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo desde a Tunísia até Itália, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), tendo as organizações tunisinas relacionadas com assuntos migratórios estimado que entre estes estarão 20 mil a 50 mil migrantes subsaarianos.
Tunes recebe financiamento da Europa para o controlo fronteiriço, tendo o país intermediado com a União Europeia (UE) um acordo financeiro de mil milhões de euros para apoiar as suas finanças públicas enfraquecidas e que incluía uma promessa de 105 milhões de euros destinados à migração.
Apesar deste financiamento, o Presidente tunisino, Kais Saied, tem insistido que a Tunísia não será o guarda fronteiriço da Europa, nem aceitará os migrantes que a UE não quer.
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