Durante sua intervenção em Benguela na quinta-feira, o Ministro da Energia e Águas anunciou que a Central Hídrica do Cunje, situada em Camacupa, na província do Bié, será colocada em operação ainda este ano. João Baptista Borges enfatizou que, apesar de permanecer inativa por mais de 30 anos devido aos danos causados durante o período do conflito armado, a central terá uma capacidade instalada de cerca de um megawatt. Mesmo sendo de dimensões modestas, o Ministro expressou satisfação por contribuir para o parque eletroprodutor nacional.
Ao abrir o 12º Conselho Consultivo do ministério, com o tema “Energia e Águas Rumo à Expansão e Melhoria da Qualidade dos Serviços”, o Ministro destacou os desafios enfrentados pelas empresas do setor elétrico e de águas na geração de receitas, apesar da tendência positiva. Ele incentivou os gestores a buscar soluções inovadoras para abordar esses problemas.
O Ministro apresentou uma análise da situação atual das empresas sob a jurisdição do ministério, evidenciando “limitações e ineficiências que representam sérios riscos para a manutenção da estabilidade de todo o setor”. Observou que a Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE), responsável pela comercialização de grande parte da energia produzida, ainda não dispõe de um sistema de gestão comercial eficiente e enfrenta uma carência significativa de contadores, inclusive entre os grandes clientes.
Em relação ao setor de Águas, o Ministro expressou preocupações com as perdas, destacando a província de Luanda, onde a ineficiência atinge cerca de 30%. Ele ressaltou a urgência de modernizar o sistema de gestão, incluindo a base de dados dos clientes. O Ministro também encorajou a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) a aumentar as tarifas, implementando um sistema de contagem robusto, à prova de fraudes e facilmente auditável, para combater o desperdício causado por atos de vandalismo e garimpo.