A saúde é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento humano e a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem um papel crucial na promoção do bem-estar e da qualidade de vida das populações ao redor do mundo. No entanto, recentemente, a OMS emitiu um alerta preocupante sobre a situação dos serviços de saúde em diversos países, enfatizando que 70% das delegações nacionais relataram perturbações em seus sistemas de saúde. Isso é resultado direto das suspensões e reduções súbitas da ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde.
A ajuda pública ao desenvolvimento, também conhecida como assistência oficial ao desenvolvimento (AOD), consiste em recursos financeiros provenientes de governos e organizações internacionais que são destinados a promover o desenvolvimento econômico e social dos países em desenvolvimento. A saúde é uma das áreas que mais recebem recursos de AOD, pois é considerada essencial para o progresso e a sustentabilidade das comunidades.
No entanto, nos últimos anos, tem havido uma diminuição significativa nos recursos destinados à saúde através da AOD. De acordo com a OMS, entre 2010 e 2018, houve uma queda de cerca de 19% na ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde, o que equivale a uma redução de cerca de US$1 bilhão. Essa redução drástica de recursos tem impactado diretamente nos serviços de saúde em muitos países, causando perturbações e dificuldades no acesso à saúde para milhões de pessoas.
As consequências dessas perturbações nos serviços de saúde são preocupantes. De acordo com a OMS, houve uma redução no acesso a medicamentos essenciais em 60% das delegações nacionais pesquisadas, além de problemas na contratação e retenção de profissionais de saúde qualificados em 32% dos países. Esses dados são alarmantes e mostram que a ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde é essencial para garantir a sustentabilidade e o progresso dos serviços de saúde em todo o mundo.
Além disso, a OMS ressalta que as perturbações nos serviços de saúde também têm um impacto negativo na luta contra doenças como a malária, o HIV e a tuberculose. A suspensão ou redução de recursos pode afetar a implementação de programas de prevenção, tratamento e controle dessas doenças, colocando em risco a saúde da população e a progressão em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que incluem metas de redução da mortalidade infantil, mortalidade materna e combate a doenças infecciosas.
Diante desta situação, a OMS vem trabalhando em parceria com governos e organizações internacionais para reverter essa tendência de redução de recursos para a saúde. Além disso, a organização também tem apelado para uma maior conscientização sobre a importância de investimentos contínuos e sustentáveis na área da saúde, como forma de promover o desenvolvimento e a estabilidade econômica e social em todo o mundo.
É fundamental que os governos e atores internacionais reconheçam a relevância dos investimentos em saúde como um fator essencial para o desenvolvimento global. A saúde é um direito humano fundamental e, portanto, deve ser considerada uma prioridade em qualquer agenda política e de desenvolvimento. Além disso, é necessário que os países em desenvolvimento tenham acesso a recursos adequados para fortalecer seus sistemas de saúde e garantir o acesso universal aos serviços de saúde para sua população.
Não podemos permitir que a redução de recursos destinados à saúde resulte em perturbações nos serviços e coloque em risco a vida e a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Investir em saúde é investir no desenvolvimento humano e na construção de um futuro melhor para todos